De repente ele acorda
Sentindo um vazio estranho em seu peito
como se tivesse levado um tiro, ou algo do gênero.
Tenta se levantar,
mas a dor é mais profunda do que ele imaginava
Põe a mão em seu peito para conferir se não estava ferido fisicamente.
Não havia nada ali, mas a dor parecia tão real, ele realmente a podia sentir.
Põe uma segunda vez, para ver se por um milagre ele estaria morto. Mas isso seria bom demais.
Porque aquele coração continuava palpitando quente e molhado como sempre?
Tinha de haver algo errado com isso, ele apenas não queria estar vivo.
Ele tentava rigorosamente não se recordar do que havia acontecido, mas não conseguia.
E o tempo passava, lento e pesado, como quando se tenta correr no mar.
Quando finalmente conseguiu se levantar, apoiou seu corpo em algo que não conseguia ao menos identificar, e ofegante, deixou que seus pensamentos o inundassem.
E apenas um pensamento o inundava, e era ela; os lugares em que eles costumavam freqüentar, seu sorriso, o modo como seus olhos se franziam quando ela falava sobre algo que achava interessante, o modo como cada cacho de seu cabelo o lembrava das ondas, de como a expressão de seus olhos castanhos, o faziam sentir bem.
Ele estava realmente gostando de ter essa sensação novamente, e se deixou levar pelo êxtase do momento.
Entretanto, a sensação boa logo se foi, e no seu lugar, as lembranças de um passado não tão distante, lembrança a qual ele tentava rigorosamente se afastar, a triste lembrança do fim.
Agora seu peito se encontrava em chamas, queria voltar ao êxtase anterior. Queria fervorosamente.
Ele prendeu seus pensamentos por um segundo e se deixou cair novamente no chão.
Isso nunca acabaria?
Ouve um estrondo, e vê uma luz forte.
Ofegante e suado percebe extremamente agradecido de que tudo isso não se passava de um assustador, porém, (im)possível pesadelo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário