segunda-feira, 5 de julho de 2010

How could you be so heartless?

De repente ele acorda
Sentindo um vazio estranho em seu peito
como se tivesse levado um tiro, ou algo do gênero.
Tenta se levantar,
mas a dor é mais profunda do que ele imaginava
Põe a mão em seu peito para conferir se não estava ferido fisicamente.
Não havia nada ali, mas a dor parecia tão real, ele realmente a podia sentir.
Põe uma segunda vez, para ver se por um milagre ele estaria morto. Mas isso seria bom demais.
Porque aquele coração continuava palpitando quente e molhado como sempre?
Tinha de haver algo errado com isso, ele apenas não queria estar vivo.
Ele tentava rigorosamente não se recordar do que havia acontecido, mas não conseguia.
E o tempo passava, lento e pesado, como quando se tenta correr no mar.
Quando finalmente conseguiu se levantar, apoiou seu corpo em algo que não conseguia ao menos identificar, e ofegante, deixou que seus pensamentos o inundassem.
E apenas um pensamento o inundava, e era ela; os lugares em que eles costumavam freqüentar, seu sorriso, o modo como seus olhos se franziam quando ela falava sobre algo que achava interessante, o modo como cada cacho de seu cabelo o lembrava das ondas, de como a expressão de seus olhos castanhos, o faziam sentir bem.
Ele estava realmente gostando de ter essa sensação novamente, e se deixou levar pelo êxtase do momento.
Entretanto, a sensação boa logo se foi, e no seu lugar, as lembranças de um passado não tão distante, lembrança a qual ele tentava rigorosamente se afastar, a triste lembrança do fim.
Agora seu peito se encontrava em chamas, queria voltar ao êxtase anterior. Queria fervorosamente.
Ele prendeu seus pensamentos por um segundo e se deixou cair novamente no chão.
Isso nunca acabaria?
Ouve um estrondo, e vê uma luz forte.
Ofegante e suado percebe extremamente agradecido de que tudo isso não se passava de um assustador, porém, (im)possível pesadelo.

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